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Em sua 99ª edição, Shokonsai reúne centenas de pessoas em Álvares Machado

Todos os anos, no segundo domingo de julho, a comunidade japonesa se reúne para reverenciar a memória dos antepassados e agradecê-los pelos ensinamentos deixados. A tradição, realizada durante o evento denominado Shokonsai – que atrai centenas de pessoas, não só da nacionalidade oriental –, neste dia 14, chegou a sua 99ª edição.

As homenagens foram realizadas no Cemitério Histórico Japonês, localizado em Álvares Machado.

Diversas atividades foram realizadas durante o dia no local, que é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). Porém, o ápice do evento acontece ao pôr do sol, quando é realizado o “ritual das velas”.


 

Tradição e cultura

O Shokonsai é realizado desde 1920 e, segundo a organização, nestes 99 anos não foram registradas chuvas no dia do evento, somente na data anterior ou posterior.

O cemitério japonês foi criado, extraoficialmente, entre 1918 e 1919, com a chegada dos primeiros japoneses ao Oeste Paulista.

Álvares Machado era a cidade com a maior concentração de descendentes orientais, entretanto o único cemitério próximo ficava em Presidente Prudente, o que dificultava a realização de enterros, já que os mortos tinham de ser levados a pé em macas improvisadas.

Na época houve uma epidemia de febre amarela e, com a dificuldade já constatada, pois um senhor havia morrido da doença e seu corpo fora levado por 15 quilômetros até Presidente Prudente, membros da colônia realizaram os procedimentos necessários para oficializar um cemitério mais próximo, que se tornou “exclusivo” aos japoneses.

Até o ano de 1943, foram sepultadas 784 pessoas, ocasião em que o presidente Getúlio Vargas interveio e proibiu os enterros por entender que havia uma discriminação racial. Apenas um dos sepultados não é japonês, o Manoel, que não teve sua família identificada, mas morreu defendendo uma família japonesa de bandido.

O cemitério japonês de Álvares Machado é o único desta etnia fora do Japão e é mantido pela Associação Cultural, Esportiva e Agrícola Nipo-Brasileira de Álvares Machado (Aceam).

 

G1 Prudente

 

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