novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, disse nesta segunda-feira (25/05) que os ministros da Corte estão “alinhados” com o Congresso Nacional sobre as condições para um eventual adiamento das eleições municipais deste ano em decorrência do novo coronavírus. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) foi empossado nesta tarde.
Barroso ressaltou ainda que a possibilidade de prorrogação de mandato, “mesmo que por prazo exíguo, deve ser evitada até o limite” e que o cancelamento do pleito “não é uma hipótese sequer cogitada”. A medida tem sido debatida por causa dos impactos da Covid-19 tanto na campanha eleitoral quanto no sistema de saúde.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defende as mesmas condições expostas por Barroso. Na semana passada, o deputado indicou que o primeiro turno do pleito municipal poderia ser prorrogado para 15 de novembro ou 6 de dezembro por causa da pandemia.
A cerimônia de Barroso foi virtual e teve a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), do presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do procurador-geral da República, Augusto Aras, e do presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, entre outros.
Combate às “fake news”
Em seu discurso, Barroso defendeu as instituições democráticas e o combate às “fake news” – notícias falsas. Ele chamou os disseminadores desse tipo de conteúdo de “terroristas virtuais”. O novo presidente do TSE reconheceu, contudo, que a atuação da Justiça Eleitoral é “limitada” e, por isso, pediu que a imprensa profissional, as empresas de mídias sociais e a sociedade ajudem a enfrentar a “desinformação”.
Recentemente, vídeos da reunião ministerial comandada por Bolsonaro foram divulgados após autorização da Suprema Corte. As imagens mostram o ministro da Educação, Abraham Weintraub, pedir a prisão dos ministros do STF. Sem citar o episódio, Barroso disse que os “ataques destrutivos” às instituições, já provocaram ditaduras no país.
“Como qualquer instituição em uma democracia, o Supremo está sujeito à crítica pública e deve estar aberto ao sentimento da sociedade. Cabe lembrar, porém, que o ataque destrutivo às instituições, a pretexto de salvá-las, depurá-las ou expurgá-las, já nos trouxe duas longas ditaduras na República”, completou.