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Oxford avança em pesquisa sobre injeção de anticorpos contra coronavírus

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Cientistas da Universidade de Oxford, responsáveis pelos estudos mais promissores na busca por uma vacina para a covid-19, estão avançando também em estudos paralelos para um tratamento com anticorpos para a doença causada pelo coronavírus. Na opinião dos pesquisadores, a terapia deve ser importante para idosos, grupo de risco da covid-19, e pessoas que não respondam bem ao tratamento com uma eventual vacina, ainda em fase de desenvolvimento.

Pascal Soriot, executivo-chefe da AstraZeneca, conglomerado farmacêutico parceiro da universidade britânica, descreveu o tratamento como uma “combinação de dois anticorpos” ou “anticorpos clonados” para tentar reduzir o risco de resistência a um deles. Os cientistas da gigante farmacêutica no Reino Unido e nos Estados Unidos afirmam que os testes estão em “velocidade máxima” e esperam que o tratamento possa entrar em produção no próximo ano.

Tratamentos com anticorpos são diferentes de vacinas. No primeiro caso, a “defesa” do organismo é injetada diretamente no sangue do paciente. Uma injeção de anticorpos, que arma o corpo instantaneamente para neutralizar o vírus, pode ser decisiva nos primeiros estágios da covid-19.

Já a vacina estimula o sistema imune a produzir sua própria defesa. Nos dois casos, seja com vacina ou com a terapia com anticorpos, a intenção é reduzir ou impedir a replicação do vírus no organismo, acelerando a recuperação. Tratamentos semelhantes com anticorpos já se mostraram eficientes contra outras doenças virais, como H1N1. A busca agora é pela comprovação da eficácia contra o Sars-CoV-2, nome científico do novo coronavírus.

Embora um tratamento eficaz com anticorpos possa ser vital, principalmente para idosos, os executivos reafirmam a vacina como prioridade. A razão seriam os custos. Terapias com anticorpos são mais caras do que as vacinas.

Nesta semana, a AstraZeneca anunciou acordos internacionais para a produção de 1,7 bilhão de doses da vacina e continua em busca de novos parceiros. Os acordos já firmados são com o Reino Unido, os Estados Unidos, a CEPI (Coalition for Epidemic Preparedness Innovations), a Aliança de Vacinas (Gavi) e o Instituto Serum, da Índia, um dos maiores fabricantes mundiais de vacinas. O instituto indiano está explorando parcerias “paralelas” com a AstraZeneca e pode aumentar o financiamento para o tratamento com anticorpos.

Vacina promissora

Das mais de cem vacinas contra a covid-19 em desenvolvimento hoje no mundo, a de Oxford é a que está na fase mais avançada das testagens, a 3, que vai aferir a eficácia do imunizante em pelo menos 10 mil pessoas. A meta dos pesquisadores é conseguir antes do fim deste ano um registro provisório da vacina e um sinal verde dos órgãos reguladores para seu uso em caráter emergencial.

A vacina será testada também no Brasil, em pelo menos dois mil voluntários. O imunizante já está na fase três de testes, a última, em que será averiguada a eficácia do produto. O Brasil é o primeiro país fora do Reino Unido a participar da testagem. Os testes serão coordenados pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Serão mil voluntários em São Paulo e outros mil no Rio de Janeiro, os dois estados que concentram a maioria dos casos brasileiros.

O País foi escolhido para participar do teste porque a epidemia ainda está em ascensão por aqui – diferentemente do que ocorre no Reino Unido. O País está em negociações para se tornar um dos produtores mundiais da vacina. A produção brasileira abasteceria toda a América Latina. O acordo do governo com a iniciativa privada colocaria o país na dianteira, em um momento em que corria o risco de estar no fim da fila da vacina.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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