Os números foram comemorados, mas com cautela. “São sim bons indicadores, mas como sempre não podemos baixar a guarda. Precisamos manter os cuidados fundamentais, com uso obrigatório de máscaras e distanciamento social”, afirmou o governador João Dória (PSDB).
“Precisamos lembrar que ainda temos uma média móvel de mais de 160 mortes”, afirmou o coordenador-executivo do Centro de Contingência Contra a Covid-19, João Gabbardo dos Reis. “Ficamos um bom tempo no platô e começamos a descer. Não podemos falar em segunda onda porque ainda não saímos da primeira. Tivemos reduções importantes no Estado de São Paulo e não podemos relaxar”, disse.
Entre agosto e setembro, o Estado chegou a ter cinco semanas consecutivas de queda em óbitos pela doença, mas esse cenário foi interrompido na semana 38, com uma alta no indicador. A média diária de óbitos havia sido de 194, aumento de 8% em relação à semana anterior. Na época da divulgação do dado de alta, cientistas do governo afirmaram que era cedo para relacionar o crescimento com aglomerações do feriado de 7 de setembro, mas médicos ouvidos pelo Estadão apontaram que o número seria um efeito da flexibilização do isolamento social.
A média móvel é calculada com base no número de óbitos da semana e o número é dividido pelo quantidade de dias. Essa forma de cálculo evita possíveis distorções causadas por baixas nos registros aos finais de semana, por exemplo, quando os números tendem a ser menores.
Em relação ao número de casos, a média móvel diária da semana 39 também mostrou uma queda em relação à semana anterior. Foram 5.602 casos na semana 39 contra 5.855 na anterior, uma redução de 4%.
Nesta segunda-feira, 28, o Estado de São Paulo contabiliza no total 35.125 mortes por covid-19 e 973.142 casos confirmados. A doença está presente em todos os 645 municípios do Estado.
Taxa de ocupação de leitos de UTI
Nesta segunda-feira, o Estado registra a menor taxa de ocupação de leitos de UTI desde o início da epidemia, 44,7%. Na Grande São Paulo, a taxa é de 43,2%. O indicador vem apresentando queda consecutiva ao longo das últimas dez semanas. Na semana 39, a média diária de internações é de 1.125, uma queda de 11% em relação à semana anterior.
De acordo com o balanço, 3.930 pacientes estão em leitos de unidades de terapia intensiva, entre casos confirmados e suspeitos. Em enfermaria, estão internadas 4.780 pessoas. Ainda segundo os dados, 839.629 pessoas já se recuperaram da doença e 107.024 tiveram alta hospitalar.
“As internações são o termômetro mais sensível da pandemia. Por isso, essa redução consistente mostra o controle da pandemia”, afirmou Eduardo Ribeiro, secretário-adjunto estadual da Saúde.
De acordo com Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento Regional, nenhuma região do Estado tem ocupação de leitos de UTI acima de 70%.
Todo o Estado de São Paulo está na fase amarela da quarentena desde o dia 11 de setembro. A próxima reclassificação se dará no dia 9 de outubro mas, caso algum lugar apresente piora, pode ser rebaixado excepcionalmente para a fase vermelha, a mais restritiva da quarentena.