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FOB: pesquisa aponta que antisséptico bucal reduz a gravidade da Covid-19

Uma pesquisa desenvolvida pela Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com outros três centros de referência no Brasil, comprovou a eficácia de um antisséptico bucal na redução da gravidade e da progressão da Covid-19 em infectados já hospitalizados. Foram testados pacientes do Hospital Estadual (HE) em Bauru. O lançamento oficial do produto será em coletiva de imprensa nesta terça-feira (24) e ele deve chegar ao mercado ainda neste mês.

A tecnologia, chamada de Phtalox, foi desenvolvida há dois anos, visando combater fungos e bactérias que se proliferam na boca. Porém, em março deste ano, a fórmula passou a ser testada contra o Sars-CoV-2. Em um estudo feito pelo Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP de São Paulo, foi comprovado que o produto inativa 96% do vírus da Covid-19 que fica alojado na boca e na garganta de pessoas infectadas.

Diante deste dado, o próximo passo foi realizar o teste em humanos. Segundo Paulo Sérgio Santos, professor da FOB e coordenador do estudo na unidade bauruense, para esta fase, a instituição firmou uma parceria com o HE. “Separamos os pacientes em dois grupos: os que usariam o placebo e os que receberiam o Phtalox. Todos que fizeram gargarejo com o antisséptico tiveram a carga viral reduzida em poucos dias. Com isso, a doença não progrediu. Já os que usaram o placebo passaram mais tempo hospitalizados e parte precisou ser transferida para a terapia intensiva”, explica.

BOA NOTÍCIA

Assim, segundo ele, a pesquisa comprova a eficácia do produto na redução da gravidade e da evolução da doença. “Ainda não é a cura, mas já é, sem dúvida, uma ótima notícia sobre as medidas que podem ser usadas no combate ao coronavírus”, avalia o coordenador da pesquisa, ressaltando que o antisséptico não é um medicamento e não deve ser visto, por ora, como um tratamento preventivo à Covid-19.

De março pra cá, a FOB foi responsável por coordenar majoritariamente a parte científica e clínica da pesquisa, enquanto o trabalho laboratorial ficou a cargo do ICB da USP de São Paulo, o Instituto Federal do Paraná (IFPR) e a Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná. O antisséptico ainda será produzido e distribuído pela DentalClean, empresa de produtos voltados para a higiene bucal com sede em Londrina, no Paraná, que também participou do desenvolvimento da pesquisa por meio de seu Centro de Pesquisa e Inovação.

PRÓXIMO PASSO

Agora, inicia-se mais uma fase de estudos, em que será avaliado se o Phtalox é eficaz para prevenir a Covid-19. “A FOB firmou uma parceria com a Prefeitura de Uru e vai distribuir o antisséptico para todos os habitantes da cidade, que farão o uso durante dois meses. A ideia é fazer com que mais ninguém tenha Covid-19 lá”, detalha Paulo Sérgio Soares, relatando que esta etapa da pesquisa começou nesta segunda-feira (23).

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