A Fórmula 1 anunciou oficialmente que seguirá correndo no circuito de Interlagos nos próximos cinco anos, após finalizar o acordo com um novo promotor para a prova paulistana, que também mudará de nome e passará a se chamar GP de São Paulo.
O evento será comandado pela empresa de investimentos baseada em Abu Dhabi Mubadala, que indicou o empresário Alan Adler para liderar essa nova parceria. Adler tem experiência em eventos internacionais como o Rio Open e agora chefia a Brasil Motorsport, nova responsável pela prova paulistana.
O novo modelo de negócio atualiza a relação a categoria com o país, depois de anos de parceria com Tamas Rohonyi, que comandava a Interpub, responsável pela prova. Rohonyi tem experiência de 40 anos promovendo GPs, tendo ajudado a implantar a prova em seu país natal, a Hungria, e também trabalhado no GP de Portugal. No entanto, a relação começou a ruir quando a Liberty Media, que comprou os direitos comerciais da F1 em 2016 das mãos de Bernie Ecclestone, descobriu que um acordo feito dias antes da troca de bastão isentava o Brasil do pagamento de uma taxa anual para receber a Fórmula 1 que excede os 20 milhões de dólares na grande maioria dos circuitos.
Com o novo acordo, a taxa voltará a ser paga, ainda que os valores não tenham sido divulgados.
Esse foi o começo de um desgaste que só aumentou com problemas de segurança no entorno da pista nos anos seguintes, e que fez com que a Liberty Media olhasse com bons olhos a proposta de levar o GP para o Rio de Janeiro mesmo que a cidade não tivesse um circuito.
A novela foi se estendendo ao longo de 2020 até que São Paulo convenceu a detentora dos direitos comerciais da F1 de que as mudanças pedidas haviam sido feitas. O acordo para manter a prova na capital paulista foi anunciado pelo governador João Doria (PSDB) em novembro às vésperas do primeiro turno das eleições municipais, mas só foi assinado recentemente.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), destacou justamente esse “esforço tremendo” para manter a corrida em Interlagos por mais cinco anos, destacando que a cidade tem uma “estrutura turística robusta, segurança e possui serviços de alto padrão.” E defendeu o investimento para manter a corrida em São Paulo porque trata-se de “um dos eventos mais importantes do mundo automobilístico, que traz contribuições importantes para a cidade, como a criação de empregos e a geração de renda. A cada real investido na prova, R$ 5,20 voltam para a economia local.”
Em seus últimos dias como CEO da Fórmula 1, cargo que será ocupado por Stefano Domenicali a partir de janeiro, Chase Carey disse que a Liberty está “feliz em anunciar que São Paulo vai seguir recebendo a F1 até 2025. Estamos animados para trabalhar com nosso novo promotor nos próximos anos. O Brasil é o mercado muito importante para a F1, com fãs muito atuantes e a corrida no país sempre é um dos destaques do ano, e estamos empolgados para promover mais etapas emocionantes em São Paulo.”
Por fim, o novo promotor, Alan Adler apontou que, “devido a nossa experiência de trabalhar com marcas internacionais, podemos prover novas experiências para o público dentro e fora da pista.”
Uma das críticas da Liberty Media em relação à prova brasileira era a inexistência de uma área destinada para os fãs fora das arquibancadas, como ocorre em todas as outras etapas do campeonato.
O GP Brasil foi cancelado em 2020 devido à pandemia, que fez com que a F1 realizasse apenas provas na Europa e no Oriente Médio. Mas a corrida de 2021 está confirmada para dia 14 de novembro.