A Câmara Municipal de Dracena arquivou a denúncia contra a vereadora Sara dos Santos Scarabelli Souza (PODE), acusada de desrespeitar o isolamento social mesmo estando com sintomas suspeitos da Covid-19. A sessão começou na sexta-feira (18), mas precisou ser suspensa, devido ao toque de recolher que está em vigor no Estado.
A Comissão Processante (CP) para investigar a denúncia de quebra de decoro parlamentar foi aberta pelos vereadores em março deste ano.
Até a sexta-feira (18), a Comissão Processante havia lido o relatório e cada vereador teve 15 minutos para falar sobre o caso. Na sequência, o advogado da vereadora, Silvio Padovan, usou a palavra por cerca de uma hora e meia, foi quando a sessão foi paralisada. Nesta segunda-feira (21), o advogado falou por mais meia hora, como previsto pelo regimento interno. Na sequência, houve a votação.
A vereadora Sara Sacarabelli comemorou a decisão da Câmara.
“Meu advogado é Deus, obrigada Jesus! Muito obrigada, Deus. O senhor que é o nosso advogado. É o nosso Deus! Nada maior que o nosso Deus. É ele que advoga. É ele que é nosso grande Deus. A justiça é Ele que faz. A justiça é Deus, nada maior do que ele. A perseguição política vai continuar, mas eu tenho o maior advogado, que é o meu Deus, é o meu mestre, meu salvador”, exclamou.
O presidente da Câmara, Célio Ferreguti, falou que cumpriu a lei.
“Eu tenho que cumprir a lei federal de 1967, que fala que o prazo regimentado é de 90 dias e passado esse prazo, tem que ser arquivado. Então, eu cumpri isso”.
O vereador denunciante, Davi Silva (DEM), também falou à a respeito do arquivamento.
“Não foi levado em consideração que a própria defesa causou o adiamento dos prazos. As provas doas autos são muito gritantes e mais uma vez a justiça não é aplicada pelos nossos colegas vereadores, principalmente pelo presidente da Casa”.
“Me pareceu que a vitória da vereadora foi uma vitória de pirro, uma vitória a qualquer custo e isso vai trazer uma série de consequências e implicações. Deveríamos pedir uma nova Comissão Processante, tendo em vista que não é vedado e também a responsabilização das pessoas que açodaram a lei”, pontuou.
Já o advogado de defesa da vereadora, Silvio Padovan, disse que “não tem outra representação movida contra ela, então hoje a noite ela já participa da sessão normalmente e continua desempenhando o mandato normalmente”.
O caso
Os trabalhos da CP tiveram início em março, mas a história começou em fevereiro, quando um morador da cidade e o vereador Davi Silva (DEM), apresentaram uma denúncia contra a vereadora Sara Scarabelli.
Eles alegam que, mesmo em isolamento, a vereadora foi vista em dois supermercados da cidade e que também teria participado da gravação de um vídeo junto a secretários da Prefeitura e próprio prefeito. A Prefeitura também informou, no dia 3 de março, que tinha multado a vereadora em mais de R$ 6 mil por descumprir o isolamento.