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Covid: 63% de mortes no país em janeiro foram de idosos com 70 anos ou mais

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Em janeiro de 2022, 63,3% das mortes causadas pela covid-19 no Brasil foram de idosos com 70 anos ou mais, o maior percentual mensal desde o início da pandemia, em março de 2020, segundo dados dos cartórios de registro civil.

Das 12.452 mortes pela doença, ao menos 7.882 foram de idosos nessa faixa etária, segundo dados registrados até a tarde da última sexta-feira no portal da transparência da Arpen-Brasil (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais).

O número de óbitos ainda é parcial e deve crescer nos próximos dias, já que há um prazo de até 15 dias para inserção dos dados.

A covid-19 sempre afetou com mais gravidade as pessoas idosas, especialmente com 70 anos ou mais. Entretanto, como eles foram os primeiros a serem vacinados (junto com profissionais de saúde e indígenas aldeados), o percentual de morte deles foi caindo em relação ao total a partir de março até junho de 2021.

A partir dali, com o avanço da vacinação em outras faixas etárias, esse percentual foi novamente crescendo, até atingir seu maior patamar em janeiro.

“Não é exatamente o coronavírus”

Segundo o geriatra Marco Polo Dias Freitas, doutor em saúde coletiva pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e membro da Comissão de Políticas Públicas da SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia), a interpretação desses percentuais deve levar em conta algumas variáveis. “A primeira coisa a considerar é que os idosos sempre foram parte dessa população que acaba complicando mais”, diz.

Ele afirma que isso ocorre porque a onda da ômicron tem se mostrado menos grave do que outras variantes por conta da proteção das vacinas. “O coronavírus não é mais aquele grande vilão causador da insuficiência respiratória, mas sim um agente que vai descompensar outros problemas. Isso não é só com os idosos, mas com adultos que tenham uma comorbidade, uma criança com uma doença cerebral. Essas pessoas têm uma fragilidade e estão em um ponto de equilíbrio tênue da saúde”, fala.

Polo pondera, nesse sentido, que a faixa etária mais velha possui um maior percentual de pessoas com fragilidade. “Temos um percentual de 20% dos idosos que é mais frágil, e que qualquer adversidade que tiver, qualquer mudança no estado de saúde, pode fazer uma complicação”, explica.

Nesse caso, ele acredita que a chegada da variante ômicron e sua alta taxa de transmissibilidade fizeram com que mais pessoas se contaminassem —entre elas, algumas mais vulneráveis que não tinham tido ainda contato com o vírus e que agora enfrentam problemas mais sérios.

Em meio a esse cenário, ele afirma que as vacinas têm se mostrado extremamente eficazes e está evitando a morte de idosos imunizados, mesmo em casos graves.

 

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