Filho de ex-prefeito é condenado a mais de 38 anos de prisão por assassinar os próprios pais
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Em julgamento nesta quarta-feira (28) no Tribunal do Júri, no Fórum da Comarca de Presidente Prudente (SP), a Justiça condenou Gustavo Bernardelli Cauneto, de 42 anos, a uma pena de 38 anos, seis meses e 20 dias de prisão, em regime inicial fechado, pelo assassinato de seus próprios pais, Valfrido Cauneto, de 76 anos, e Maria Vanda Bernardelli Cauneto, de 68 anos. O casal foi executado a tiros no dia 23 de janeiro de 2020, na propriedade rural da família, em Santo Expedito (SP). Na época do crime, Valfrido, que já havia sido prefeito de Santo Expedito em dois mandatos entre as décadas de 1970 e 1980, ocupava o cargo de vereador pelo PP.
O caso
O casal foi morto a tiros na propriedade rural da família, em Santo Expedito, em 23 de janeiro de 2020.
Valfrido, que já havia sido prefeito de Santo Expedito por dois mandatos entre as décadas de 1970 e 1980, ocupava o cargo de vereador na cidade na época do crime.
Irmão de Gustavo, o filho mais velho do casal encontrou o pai, de 76 anos, e a mãe, de 68 anos, já sem vida, por volta das 4h30, quando chegou para ajudar na ordenha de vacas na propriedade rural da família.
Cinco disparos atingiram as vítimas, conforme informou à polícia o Instituto Médico Legal (IML) na época.
Localizada caída na porta do quarto, a mulher apresentava três ferimentos à bala – 1 na perna, 1 no olho e 1 no peito (que transfixou às costas) – e o homem, encontrado entre a cama e um guarda-roupas, duas lesões – 1 na cabeça e 1 na axila, conforme contou ao g1 na ocasião o delegado Mateus Nagano da Silva, responsável pelas investigações.
A porta dos fundos da casa estava aberta, sem sinais de arrombamento.
Conforme a Polícia Civil, o local era cercado por câmeras externas, mas a central com as imagens do circuito de segurança foi levada por quem cometeu o crime.
A Polícia Civil prendeu, no dia 29 de janeiro de 2020, Gustavo Bernardelli Cauneto, que confessou ter assassinado a tiros os próprios pais.
Segundo a polícia, Gustavo alegou que teve um “surto psicótico” que o levou a assassinar os pais.
A arma de fogo usada para matar as vítimas foi encontrada em uma represa na chácara de um tio do acusado.
Na época, a defesa de Gustavo havia informado ao g1 que acreditava na inocência dele e que a confissão do crime tinha sido feita mediante agressão policial. Além disso, a defesa havia pontuado que, no procedimento da prisão, a Polícia Civil tinha arrombado a casa e agredido seu cliente para que ele confessasse o crime.
Sobre as acusações da defesa de Gustavo Bernardelli Cauneto, de que ele teria apanhado da polícia, a Delegacia Seccional da Polícia Civil, em Presidente Prudente, reiterou, também na ocasião, que a prisão dele foi cumprida com observância às normas legais e que no momento da detenção houve resistência.
Ainda segundo a polícia, essas circunstâncias foram registradas em Boletim de Ocorrência próprio e o preso foi submetido ao devido exame de corpo de delito.
Em fevereiro de 2020, a Justiça decretou a prisão preventiva do suspeito e recebeu a denúncia formulada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP), o que tornou Gustavo réu pelos crimes de duplo homicídio triplamente qualificado, crime continuado, furto, outra circunstância agravante apontada na denúncia e fraude processual.