A Justiça determinou a notificação de comerciantes que invadiram uma área da linha férrea no centro de Marília, ao lado do camelódromo oficial, na manhã desta segunda-feira (12).
A medida ainda não tem data definida para ser cumprida, mas pode ocorrer a qualquer momento, segundo o advogado que representa os trabalhadores.
O local faz parte do traçado da malha ferroviária concedida à empresa Rumo, que prevê a retomada das operações no trecho entre Bauru e Panorama (SP). O ramal está desativado há anos e deve voltar a funcionar como corredor logístico para o escoamento de cargas.
Em entrevista, o comerciante Gabriel Júnior dos Santos Lopes, relata a preocupação com o futuro. Muitos deles afirmam que dependem exclusivamente das vendas no camelódromo para sustentar suas famílias.
“Muito preocupante, porque não só eu, todo mundo aqui é pai de família, tem bastante mães aqui, que até mesmo traz os filhos juntos. Eu tenho três filhos, preciso desse local pra me sustentar. A gente precisa de um posicionamento da prefeitura”, afirma.
Segundo o vice-prefeito de Marília, Rogerinho (PSDB), a área pertence à concessionária Rumo e não tem autorização da prefeitura para abrigar os pontos comerciais.Ainda assim, o poder público afirma estar buscando alternativas para realocar os trabalhadores e oferecer apoio jurídico durante o processo.
“Essa linha, essa área, ela não pertence ao município. A área é totalmente da Rumo, que é a concessionária agora das ferrovias. E nós alertamos eles. Esse processo vem já correndo há anos. O município não deu nenhuma autorização pra que eles instalassem as lojas deles de vendas ali dos camelódromos. E ontem (12 de maio) nós tivemos essa reunião com eles. Eu deixei bem claro que o nosso governo é solicito a eles e nós vamos dar total apoio a eles”, explica o vice-prefeito.
Ainda durante a entrevista, Rogerinho explicou que as obras só devem começar entre 2028 e 2031, e que vão buscar realocar os comerciantes para outro lugar.
Em nota, a concessionária Rumo informou que realiza monitoramento contínuo das faixas de domínio e, em casos de ocupação irregular, emite notificações para desocupação voluntária. Em Marília, segundo a empresa, a reintegração foi solicitada após o não cumprimento de um acordo que previa a saída voluntária até janeiro de 2025. (Por: g1)