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Polícia

‘Golpe do Despachante’, que fraudava pagamentos ao Detran, fez dezenas de vítimas na região

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Ao menos 26 pessoas registraram boletim de ocorrência contra um despachante por um suposto golpe contra proprietários de veículos no pagamento de taxas do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), em Tupã.

De acordo com a Polícia Civil, as denúncias indicam que clientes contrataram os serviços profissionais para licenciamento de veículos, transferência e pagamento do IPVA, porém, ao serem parados em bloqueios policiais, descobriram que as taxas não haviam sido recolhidas e que os documentos fornecidos pelo despachante eram irregulares.

“Após o pagamento dos clientes, o despachante não fazia o recolhimento das taxas oficiais e acabava fornecendo um documento fraudado para que os usuários fizessem uso. Então, além do golpe, ele fazia com que esses usuários passassem ainda por constrangimento nas abordagens policiais”, explica a delegada Milena Davoli Navas de Melo, responsável pelo caso.


O operador de empilhadeira, Carlivan Sousa Lima, foi um dos lesados pela ação criminosa. Para renovar o documento da moto, ele solicitou os serviços junto ao despachante, mas meses depois descobriu ter sido vítima do golpe, acumulando não só um prejuízo financeiro, mas também impossibilitado de usar a motocicleta para trabalhar.

“O valor que eu estou no prejuízo já está na casa dos R$ 4 mil, dinheiro da multa mais o valor do documento. Eu sou assalariado, não consigo pagar essa multa e preciso da moto para trabalhar”, conta.

A supervisora escolar Marcia Maria Moreno também passou pelo constrangimento ao contratar os serviços do despachante. Ela ainda está pagando por uma transferência de propriedade do veículo, que o despachante, segundo ela, nem deu entrada no Detran.



“Passei a cobrança no cartão em dez vezes e ainda estou pagando, sendo que já paguei cinco parcelas e até agora nada. Quando cobrava, sempre tinha uma desculpa, porque era ordem judicial ou porque não tinha o documento, sempre uma desculpa. De tanto eu perguntar, me liberaram um documento, mas não a transferência. Eu quero agora meu dinheiro de volta, centavos por centavos”, conta.

Segundo a Policia Civil, os suspeitos recebiam o dinheiro das vitimas e, quando eram pressionados pelo prazo de entrega, alegavam demora no sistema do Detran. A polícia desconfiou do esquema depois que duas pessoas, em um curto intervalo de tempo, fizeram a mesma denúncia contra o local.


A Central de Policia Judiciária (CPJ) de Tupã constatou que o despachante entregava documentos falsificados, com a data de exercício alterada. A maioria está em situação de inadimplência junto ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e há indícios de que mais clientes possam ter sido lesados.

A Polícia Civil orienta que, caso constatada alguma irregularidade, os clientes procurem imediatamente a CPJ para registrar um B.O, fornecendo as informações sobre a contratação dos serviços junto ao despachante.

A corporação ainda orienta os proprietários de veículos a verificarem no aplicativo do Detran-SP se há algum débito em aberto em relação ao seu veículo.


Em nota, o Detran-SP informou que, por meio da Superintendência Regional de Presidente Prudente (SP), “apoiou a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Tupã no cumprimento do mandado de busca e apreensão em um despachante da cidade, que estaria se apropriando de valores de taxas de serviços de veículos”.

A autarquia ainda ressaltou que “já cancelou o cadastro do referido despachante”. No fim do comunicado, o Departamento de Trânsito ainda orienta que, caso a pessoa tenha sido vitima desse golpe, “o cidadão deve procurar imediatamente a delegacia de polícia para o registro da ocorrência”. O Detran-SP também disponibiliza um canal da ouvidoria para denúncias.



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