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Rodeio dos rodeios: Festa do Peão de Barretos 2023 entra em contagem regressiva

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A um mês da Festa do Peão, Barretos (SP) já respira rodeio. Não que botas, fivelas e chapéus fiquem de lado no resto do ano, mas é que, com a aproximação do evento, andar pelas ruas da cidade é entender o que, de fato, está prestes a começar. Tudo ali é sertanejo.

O comércio já se movimenta, as rodas de conversa já têm um único tema e a população de pouco mais de 122 mil habitantes se prepara para receber um público que representa quase oito vezes sua própria população. É como se, por 11 dias, uma Barretos inteira circulasse diariamente pelo Parque do Peão.

O maior evento do segmento no Brasil chega em 2023 com expectativa de 900 mil visitantes na edição que marca 68 anos de Festa do Peão. Segurar a emoção, nessa hora, é tarefa quase que impossível para quem está por trás de tudo isso.

E, muitas vezes, as lágrimas vem à tona, como conta Hussein Gemha Júnior, presidente da Associação Os Independentes, responsável pela organização e realização da Festa do Peão de Barretos (SP).

A cada nova edição, Gemha analisa o evento nos detalhes. E após tantos anos no cenário nacional, até arrisca dizer que a Festa do Peão de Barretos já se tornou hors-concours.

“Aqui não pode ter experiência. Aqui tudo é diferente, o show que você vê aqui não é o show que vê em Ribeirão, São José do Rio Preto, São Paulo, Campinas. Nem pode ser. O público não aceita. Esse diferencial que a gente traz, as coisas que acontecem, aqui fazem da Festa do Peão grande. São coisas que você vê acontecer só em Barretos”.

Para ele, as semanas que antecedem o evento, tão próximo de começar, servem para ajustar os últimos detalhes. Neste momento, estrutura e organização andam lado a lado. E a ansiedade acelera o coração.

“Nosso cronograma, por mais que esteja em dia, a gente acha que está devagar. A ansiedade é muito grande e tem a preocupação [do cargo]. Por mais que eu dê liberdade e autonomia para os setores andarem, parece que tem de fazer a função de todos”.

Como presidente, diz Gemha, é preciso estar atento em todos os pontos da festa. Em Barretos, ele ressalta, não há espaço para erro.

24 horas de Festa do Peão

Assim como a população já respira a Festa do Peão, a organização também não fala de outra coisa. Segundo Gemha, atualmente, 99% das conversas entre os diretores são sobre a festa. Quando sobra tempo para desestressar, o corpo até relaxa. Mas a mente, não.

“Quando tenho um tempinho, vou pra fazenda, asso uma carne, tomo uma cerveja com os amigos e a família. É onde dou uma desligada um pouquinho de corpo. Porque a mente continua pensando na festa”.

Dia após dia, diz o presidente, o frio na barriga aumenta. E as cobranças também.

“Acho que o frio na barriga é até maior, porque a festa, cada ano que passa, é mais comprometedora, é maior. Você tem o turista com mais qualidade, com mais exigências. Tudo é muito rápido, acontece muito rápido, e as cobranças são muito rápidas”.

Emoção de ver a emoção do público

A preocupação em entregar um evento perfeito ao público tem explicação. É que a energia na Festa do Peão de Barretos é diferente. E um bom termômetro é o primeiro dia de festa, este ano marcado para acontecer no dia 17 de agosto.

Ano a ano, o público se emociona e os organizadores acabam se emocionando junto.

Gemha explica que a sensação é como se a missão tivesse, finalmente, cumprida. Mas essa certeza, ele só terá em 2024.

“O dia de abertura é tão especial para o público quanto pra gente. Pra gente, até mais. Porque não sei se público vai falar ‘gostei ou não gostei’. Só vou saber ano que vem se o público gostou ou não”.

A partir do dia de abertura, o termômetro deve se manter em alta. Para o presidente, os 11 dias de festa precisam ser como o primeiro: emocionantes.

“Todo dia é [como se fosse] uma abertura. Minha irmã dizia ‘matei um leão hoje e mato um amanhã’ [ela morreu por conta de um câncer após 12 anos lutando contra a doença] e a Festa do Peão é assim. Dia a dia, a gente abre e fecha, abre e fecha, até o último domingo. Até a gente encostar a cabeça no travesseiro e falar ‘missão cumprida’. Aí vamos colher os frutos no outro ano”.

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