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FLÓRIDA: Uma homenagem à vida de José Edmundo Pereira, o Zé do Norte
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4 anos atrásem
José Edmundo Pereira, o Zé do Norte, como todos o conheciam em Flórida Paulista, nos deixou no último domingo, 21 de junho. Professor aposentado da rede estadual de ensino e sitiante, era marido de Iracema da Silva Santos Pereira, também professora, pai desta jornalista que escreve esse texto agora, do Reginaldo, arquiteto, do Luciano, analista em tecnologia, e avô do Caio, adolescente. Tinha acabado de completar 90 anos de vida e morreu em decorrência de problemas típicos da idade avançada.
Sempre lecionou na área rural, nos bairros do Quebra Coco e no distrito do Indaiá do Aguapeí. Era nordestino, de São Pedro do Potengi, Rio Grande do Norte, e vinha daí seu apelido Zé do Norte. Nascido de Pedro e Ana de Araújo Pereira, que tiveram 11 filhos, chegou aqui ainda moço e com os irmãos Chico, Nequinho, Elias e Joel, estabeleceu-se no comércio da cidade, trabalhando nos açougues da família.
Amava a natureza, a terra, os bois, as plantas e os bichos. Depois que se aposentou, fez do quintal de casa um pequeno sítio, onde cuidava das plantas. Ele e minha mãe conversavam por horas a fio, sentados um ao lado do outro, nas cadeiras de área, no fundo de casa. O Zé do Norte e a Iracema viveram juntos por 60 anos, entre namoro e casamento.
Ele trabalhou ativamente até perto dos 90 anos ou até quando sua saúde permitiu. Recentemente mandou pintar seu Fusca, meio de transporte que usava para visitar os sítios e seus boizinhos. Pena que não deu tempo de desfilar a nova pintura por aí.
Fica a saudade e o Fusca, guardado na frente de casa, um símbolo da sua garra e perseverança. A esperança de superar a saúde já debilitada.
Sobre seu jeito de ser, tenho tanto a dizer que renderia um livro e, possivelmente, será escrito um dia. Meu pai era uma pessoa interessante, autêntica e cheia de personalidade. Gostava de ser diferente, não fazia questão de ser igual ou seguir padrões. “Eu sou eu”, dizia ele de cabeça erguida. Tinha um estilo forte e único de ser e viver.
Se tivesse que dizer algo que admirava muito nele era a capacidade de jamais guardar mágoa ou rancor de quem quer que fosse.
Outra coisa bonita, sua generosidade. Nunca negava ajuda a quem batesse na nossa porta. Gente pobre ou gente rica, tanto fazia. Gente era gente para ele. Sem distinção. E gostava de conhecer gente nova, era curioso como um menino.
Ajudava a Santa Casa de Misericórdia e o asilo de Flórida Paulista, a Santa Casa de Pacaembu, era católico praticante, pagava o dízimo, pertencia ao grupo Terço dos Homens, era devoto e colaborava financeiramente com a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida do Norte. Quando moço, foi Mariano, e pertenceu à Congregação Mariana. Rezava o terço toda noite, nos últimos anos, assim como a sua mãe, a vó Ana.
Ouvi muita coisa bonita sobre meu pai nesses últimos dias, depois de sua partida. Dos amigos, dos parentes, dos sobrinhos – mais de 60, e dos meus próprios amigos. Todos eram recebidos com um sorriso, todos acolhidos mansamente, como se fossem de casa. Ele sabia receber e fazer as honras.
A José Edmundo Pereira, o nosso Zé do Norte, todas as honras, respeito e gratidão por ter sido o pai, o marido, o avô, o amigo, o tio, o irmão, o cunhado e o filho que foi.
Descanse em paz. Nós te amamos e a separação temporária é apenas um detalhe se comparada ao presente que foi sua Vida para nós. Sentiremos muita saudade e com certeza vamos chorar, mas isso é viver.
O amor, esse nunca acaba!
Convidamos a todos a participarem conosco da missa de Sétimo Dia.
Serviço
Missa Online de Sétimo Dia – José de Edmundo Pereira
Paróquia Nossa Sra. Aparecida – Flórida Paulista
Dia 28/06/2020 – Domingo – 19h
Transmissão Ao Vivo pelo Facebook
https://www.facebook.com/aparecidafloridapta
Célia Santos é filha de Iracema e Zé do Norte, irmã de Reginaldo e Luciano, mãe do Caio e jornalista