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Geral

ARTIGO: Distúrbio do Espectro Autista: Características e Desafios

Publicado

em

Aguinaldo Carvalho
Psicólogo CRP 06/142740

Cientistas de todos os países a mais de um século pesquisam sobre o TEA (Transtorno do Espectro Autista). A constância, o compromisso ético com a ciência e a compaixão com as crianças com TEA permeiam a história das descobertas que melhoraram a vida de muitas famílias.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos difundiram um documento em 2023 que exibiu uma prevalência de 1 em cada 36 crianças de 0 a 8 anos com TEA, no ano de 2020, nos EUA.

Ainda segundo o CDC, o número de pessoas com TEA vem crescendo massivamente com o decorrer dos anos. Em 2004, o número divulgado pelo CDC era de 1 a cada 166. Em 2012, esse número estava em 1 para 88. Já em 2018, passou a 1 em 59. Em 2020, a prevalência estava em 1 para 54. Publicado em dezembro de 2021, o relatório anterior do órgão mostrava que 1 em cada 44 crianças era diagnosticada com autismo, chegando ao número mais atual de 1 em cada 36 crianças.

Pessoas com TEA tem dificuldades em se relacionar com os outros. As dificuldades vão do pouco ou nenhum interesse em estabelecer vínculos afetivos na infância, a dificuldades em entender convenções sociais na adolescência e vida adulta.

A empatia social é pequena, com tendência em fazer atividades sozinhas, dificuldades em enxergar e considerar os sentimentos e as carências dos outros.

Os déficits de comunicação aparecem na linguagem verbal e não-verbal. Pode ocorrer atrasos na fala e, mesmo quando presente, existe dificuldades na maneira de sustentar um diálogo.

Pessoas com TEA geralmente podem ser inflexíveis nas rotinas, apresentam movimentos corporais repetitivos e interesses restritos. Mudanças comuns no ambiente podem causar grande sofrimento.

Movimentos estereotipados como bater palmas ou andar na ponta dos pés e ainda ações autodestrutivas, como bater a cabeça na parede, são comuns. Essas são marcas que geralmente ocorrem antes dos três anos de idade. Há casos, que o desenvolvimento pode parecer tranquilo nos primeiros anos de vida, mas com o passar do tempo ocorre a regressão posterior. O conjunto de sintomas atrapalha a funcionalidade da criança, alterando seu desenvolvimento acadêmico e social.

Os comportamentos podem ter ainda impulsividade, agressividade, e respostas infrequentes a estímulos sensoriais devido a hipersensibilidade a sons, toques, claridades e cheiros. Anormalidades na nutrição e no sono, além de desequilíbrios de humor e afeto, também são frequentes.

Na adolescência e vida adulta, o entendimento das próprias barreiras pode acarretar o aparecimento de depressão, principalmente ao se deparar com questões ligadas à competência intelectual e às interações sociais.

Saber e reconhecer essas características é importantíssimo para a construção de estratégias de apoio eficientes para a criação de um ambiente mais inclusivo e acolhedor para indivíduos com TEA.
As questões do TEA são complexas, necessitando que toda a sociedade tenha um repensar no modo como continuará a estabelecer relacionamentos entre si.

 

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